França - campeã da Copa do Mundo 2018

Para encerrar o projeto Rússia 2018, apresentamos uma análise do relatório “A Copa do Mundo em Números”, divulgado pela FIFA.

Este blog foi criado para mostrar a minha preparação pessoal de viagem para a Copa do Mundo de 2018. Nossos posts com informações e dicas ajudaram dezenas de brasileiros que foram à Copa do Mundo na Rússia.

Agora o blog passa a destacar um novo projeto: nossa viagem aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Antes, vamos fazer um resumo do projeto Rússia 2018 e trazer algumas informações do Mundial de futebol. São dados de bastidores que raramente são divulgados pelos veículos tradicionais de mídia.

Estive na Rússia entre os dias 7 de junho e 16 de julho de 2018. Cheguei exatamente uma semana antes do início da Copa do Mundo e saí do país-sede um dia depois da grande final.

Um mês depois do término da competição, a FIFA divulgou um relatório completo com os números da Copa. Parte desse relatório divulgaremos agora, com a nossa análise.

 

A Copa do Mundo em números: sedes, gols e cartões

Estádio de São Petersburgo em jogo da Copa do Mundo de 2018

Foram 12 estádios espalhados por 11 cidades-sede que receberam 64 partidas envolvendo as 32 seleções participantes.

Ao todo, foram marcados 169 gols, com uma média de 2,64 por partida. A arbitragem distribuiu 219 cartões amarelos e quatro vermelhos. O público total atingiu a marca de 3.031.768 torcedores, com média de 47.371 pessoas por jogo.

O número de gols marcados quase bateu o recorde, ficando apenas dois atrás das Copas de 2014 e de 1998.

Já o número de cartões vermelhos ficou muito abaixo das últimas edições do Mundial. Desde a Copa do Mundo de 1978, não havia tão poucas expulsões.

Quanto ao público total, os números foram considerados ótimos, mas ainda distantes do recorde registrado no Mundial de 1994. Na ocasião 3.587.538 ingressos foram vendidos, com média de 68.991 torcedores presentes em cada jogo.

 

A Copa do Mundo em números: estatística dos gols

Torcedor croata comemora gol da sua seleção na Copa da Rússia

A Bélgica teve o melhor ataque da Copa do Mundo de 2018 com 16 gols marcados. Doze equipes empataram na posição de pior ataque ao marcarem apenas duas vezes cada.

Quem tomou mais gols foi o Panamá (11). As melhores defesas foram as da Dinamarca, Irã e Peru, com dois gols sofridos cada.

Durante o Mundial, foram marcados 29 pênaltis, sendo que 22 se transformaram em gols. Total de 12 gols contra foram marcados. Os reservas que entraram em campo balançaram as redes 16 vezes.

No primeiro tempo das partidas, 65 gols foram marcados, enquanto 101 ocorreram na segunda etapa. Três gols foram anotados nos acréscimos do primeiro tempo e 19 depois dos 90’. Nas prorrogações, houve três gols.

O artilheiro da Copa foi Harry Kane (Inglaterra), que marcou seis vezes.

Bélgica e França venceram seis partidas no Mundial, enquanto Egito Panamá e Inglaterra perderam três vezes. Destaque para os ingleses que chegaram até a decisão do terceiro lugar.

Rússia 5 x 0 Arábia Saudita e Inglaterra 6 x 1 Panamá foram as maiores goleadas da Copa. O confronto entre ingleses e panamenhos se uniu a Bélgica 5 x 2 Tunísia e França 4 x 3 Argentina entre os jogos com mais gols marcados no Mundial.

 

A Copa do Mundo em números: transporte

Trem exclusivo para torcedores na estação de Nizhny Novgorod

Os 13 aeroportos localizados nas cidades-sede russas movimentaram 15,8 milhões de passageiros em 103 mil voos durante o Mundial.

Já 5,5 milhões de pessoas se deslocaram de trem entre as cidades-sede durante o torneio. Iniciativa do governo russo disponibilizou 734 trens gratuitos para torcedores e jornalistas entre os dias 12 de junho e 16 de julho.

Foram reservados 400 mil bilhetes para estes trens, sendo que 320 mil passageiros de 181 países foram transportados. Cerca de 46% destes viajantes eram estrangeiros.

Os países que mais aproveitaram o benefício dos trens gratuitos foram Argentina, Colômbia, México, Estados Unidos e China.

Outra vantagem concedida aos torcedores foi o transporte público gratuito nos dias de jogos nas cidades-sede. Ao todo, 8,2 milhões de passageiros foram transportados nas redes de metrô, ônibus, bondes e trens municipais.

 

A Copa do Mundo em números: turistas e torcedores

Torcedores do mundo inteiro lotaram as arenas russas em 2018

De acordo com a Agência Estatal de Turismo da Rússia, 6,8 milhões de pessoas visitaram pelo menos uma das 11 cidades-sede durante a Copa do Mundo. Destes, 3,4 milhões eram estrangeiros.

Porém, somente estavam autorizados a acessar os estádios aqueles que possuíam a FAN ID (identidade de torcedor). Foram emitidos 1.827.678 destes documentos, sendo 986.532 para torcedores russos.

Entre os países que mais se destacaram na emissão de FAN IDs estão China (68 mil), Estados Unidos (52 mil), México (47 mil), Argentina (37 mil) e Brasil (35 mil).

Desta forma, pode-se inferir que 35 mil pessoas saíram do Brasil e foram à Rússia para assistir aos jogos da Copa do Mundo. Poderia até haver um número maior de brasileiros no país-sede do Mundial, porém somente os que possuíam a FAN ID estava apto a entrar nas arenas.

O público presente nas arquibancadas era majoritariamente masculino (75%). Um terço do total de torcedores tinha entre 25 e 34 anos de idade.

Entre as cidades não-russas com maior número de torcedores presentes na Copa do Mundo estavam Londres (12.637), Lima (11.912), Buenos Aires (10.521), São Paulo (8.800) e Pequim (7.676). Nenhuma outra cidade brasileira, além de São Paulo, aparece entre as 10 primeiras.

 

A Copa do Mundo em números: Transmissões dos jogos

Imprensa internacional transmitindo jogo da Copa do Mundo de 2018

Total de 3.528 jornalistas, fotógrafos e técnicos russos e estrangeiros foram credenciados para cobrir a Copa do Mundo de 2018.

Estima-se que mais de 3 bilhões de pessoas tenham assistido aos jogos pela televisão em todo o mundo. Somente na final França x Croácia, a audiência ao vivo superou a marca de 1 bilhão.

Na França, a final foi assistida por 20 milhões de pessoas em dois canais de TV, chegando a 82% dos aparelhos ligados no país. O número superou as finais do Mundial de 1998 e da Eurocopa de 2000.

Na Rússia, a partida dos anfitriões contra a Croácia nas quartas-de-final teve audiência de 23,9 milhões de pessoas pelo canal oficial de transmissões.

No Brasil, 56,68 milhões de torcedores assistiram pela TV Globo ao jogo contra a Bélgica. No total, 172,9 milhões de brasileiros assistiram a, pelo menos, 20 minutos dos jogos transmitidos na TV aberta, superando a audiência obtida na Copa de 2014.

 

A Copa do Mundo em números: marketing e consumo

Loja oficial de produtos da Copa no estádio Luzhniki em Moscou

Fãs de futebol do mundo inteiro garantiram a compra de mais de 3 milhões de ingressos para os jogos da Copa do Mundo de 2018. Os estádios tiveram média de ocupação de 98,2%.

Além dos bilhetes para as partidas, suvenires nas lojas oficiais e alimentos e bebidas nas arenas também atingiram números expressivos de vendas.

Nos arredores dos estádios, 146 pontos de venda oficiais de artigos foram montados. Eles venderam 659.925 produtos.

Longe das arenas, outras 50 lojas também vendiam itens relacionados ao evento. O ranking dos preferidos dos torcedores eram: urso de pelúcia Zabivaka (mascote da Copa), Telstar – a bola da Copa (oficial e réplica), camiseta com emblema oficial do evento, cachecol oficial da Copa, e a camisa da seleção russa.

Nos estádios, 10.967 pessoas contratadas para trabalhar nas lanchonetes venderam 3,2 milhões de latas de cerveja e 1,7 milhão de latas de refrigerante, ambos patrocinadores do evento.

Para matar a fome e o calor, foram vendidos 576 mil cachorros-quentes, 113 mil hambúrgueres e quase 19 mil sorvetes. Os torcedores pagaram com cartão de crédito 40% das vezes e o restante em dinheiro.

 

A Copa do Mundo em números: FAN FEST

7,7 milhões de pessoas compareceram às FAN FESTs

Todo megaevento esportivo se caracteriza pela realização de eventos paralelos. Em uma Copa do Mundo, o principal deles é a FAN FEST.

O espaço é destinado a torcedores locais que querem se sentir parte do evento principal e também a estrangeiros que curtem o clima de Copa do Mundo até quando não estão no estádio.

Foram montadas estruturas de FAN FEST em cada uma das 11 cidades-sede da Copa de 2018. Elas funcionaram nos 25 dias de jogos na Rússia.

O público total que aproveitou o espaço chegou a 7,7 milhões de pessoas, cerca de 48% a mais do que em 2014. No dia da partida entre Uruguai x Rússia, cerca de 499 mil pessoas lotaram as FAN FESTs.

Além de transmitir os jogos em telões, os espaços também foram o ponto de reunião entre os torcedores. As atrações culturais eram o gatilho para o público local que se sentia representado pelo que via nos palcos.

Somando as 11 sedes, foram 917 horas de transmissões de futebol, 646 apresentações artístico-culturais, sendo 323 horas de shows musicais.

O público consumiu 2,9 milhões de unidades de cerveja com e sem álcool, 723 mil refrigerantes e 366 garrafas de água.

 

Legado da Copa do Mundo de 2018

Livro Minha Bagagem da Copa está à venda na Amazon

Os números apresentados até aqui representam muito do que vimos e vivemos na Rússia em 2018. Porém, nem tudo dá para se contar de forma tão objetiva.

Cada um dos milhões de turistas e torcedores que foram até a Terra dos Czares para assistir ao mundial de futebol trouxe muitas lembranças de volta para casa.

Resolvi compartilhar com todos o resultado desta grande história de vida. E a melhor forma que encontrei de traduzir estas histórias foi em um livro. Por isso, publiquei em 2019 a obra Minha Bagagem da Copa – Aventuras e Desventuras de um Jornalista Gaúcho na Rússia.

Nesta publicação, conto as histórias mais marcantes dos 39 dias que passei na Rússia. Cada um dos seis capítulos destaca uma das cinco cidades-sede que conheci na Copa: São Petersburgo, Rostov on Don, Nizhny Novgorod, Moscou e Kazan.

Conto bastidores dos jogos, todo o planejamento da viagem que deu certo – e também os imprevistos, além do contexto local trazido pelos próprios russos que ilustram a história. E, principalmente, quem ler vai poder sentir como o clima de Copa do Mundo pode transformar um país inteiro.

O livro está disponível em formato de e-book na Amazon e pode ser adquirido facilmente. Assinantes da Amazon (Kindle Unlimited) podem acessá-lo gratuitamente. O livro contou com capa, diagramação e revisão de Tathyane Furtado, da Primeira Edição Soluções Editoriais.

Se você preferir adquirir uma das últimas unidades da primeira edição impressa, envie um e-mail para contato@blogtiagomedeiros.com