O blog começa hoje uma série que vai contar a emoção de assistir a um jogo de Copa do Mundo no estádio.

Por meio de imagens, vídeos e, claro, texto, a intenção é mostrar um pouco do que sente um torcedor que tem este privilégio.

O desafio é grande. Não parece fácil contar como é estar em um ambiente de festa entre nações que raramente se encontram.

De fato, a tarefa é complicada. Por isso, vamos pedir reforço mais adiante. Ao final do texto, você verá como pode me ajudar.

Um jogo de Copa do Mundo é um espetáculo em campo com 22 protagonistas e mais de 50 mil coadjuvantes nas arquibancadas.

Para estar entre eles, o preço não é barato. Pelo contrário, é até inacessível para a maioria dos brasileiros.

A propósito, um dos textos mais comentados deste blog é o nosso guia sobre quanto custa viajar para a Copa do Mundo.

Aos que tem esta chance, só resta comemorar. Para este blog, além disso, existe também uma missão de contar em detalhes o que são momentos como este.

Aquecimento das equipes da França e de Honduras no gramado do Beira-Rio

Como é assistir a um jogo de Copa do Mundo no estádio

Nos comentários de outro post deste blog, um leitor questionou se a emoção de assistir a um jogo no estádio seria a mesma de uma partida assistida na televisão.

Sinto informar que não é!

Neste artigo, vou contar a minha primeira experiência em um estádio de Copa do Mundo.

Cidade: Porto Alegre.

Estádio: Beira-Rio.

Partida: França X Honduras.

Dia: domingo, 15 de junho de 2014.

 

Ingressos para a partida

Esta história começa na compra do ingresso. Minha intenção era aproveitar a Copa do Mundo ao máximo, dentro das possibilidades.

Para isso, pretendia assistir a algumas partidas em Brasília, onde moro, além de uma partida em Porto Alegre.

Queria conhecer o remodelado estádio Beira-Rio, casa do meu time de coração, o Internacional. Este também era mais um motivo para visitar o meu estado natal, ainda que por poucas horas.

Em uma das fases de vendas, onde os primeiros a pedir levavam os ingressos, consegui dois bilhetes para assistir a França X Honduras.

Era a única partida disponível para Porto Alegre em um fim de semana, o que facilitaria a viagem.

O trajeto até o Beira-Rio

Hondurenhos no “Caminho do Gol”

Saindo de Brasília, um voo com duas paradas chegou a Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, em seis horas.

Lá, encontrei minha irmã e dois amigos. Partimos todos de carro até Porto Alegre para quatro horas de estrada.

Na capital gaúcha, percorremos um bom trajeto a pé, ao lado de franceses, hondurenhos e brasileiros já no clima da partida.

Os organizadores da Copa em Porto Alegre criaram o “Caminho do Gol”, uma rota de 3,5 quilômetros, do centro da cidade até o Beira-Rio.

No estádio, dois destaques fora do jogo.

Poucos dias antes da Copa, havia morrido em um acidente de helicóptero, o ex-jogador Fernandão, um dos maiores ídolos da história do Internacional.

Por isso, um centro de visitantes feito pelo clube acabou se transformando em um memorial criado informalmente pelos torcedores colorados.

Como ponto negativo, ainda havia restos de obra ao redor do estádio. Mas, para a sorte de todos, em um jogo de Copa do Mundo, os torcedores estão preocupados apenas em torcer.

Centro de Visitantes transformado em mausoléu pelos torcedores

O jogo

Após uma grande fila para acessar o estádio, entramos e encontramos nossos lugares. Os assentos marcados separaram os amigos em áreas diferentes do Beira-Rio.

Fiquei com a minha irmã em um setor dominado por franceses que vibraram muito durante a partida inteira.

A maioria dos brasileiros no estádio se juntaram à torcida hondurenha. Além das camisas azuis da França e brancas de Honduras, havia muitas vermelhas do Internacional nas arquibancadas.

Quando as equipes entraram em campo, foi possível ter a exata noção de qual é a emoção de assistir a um jogo de Copa do Mundo no estádio.

Nem mesmo a falha no sistema de som, que impediu a tradicional execução os hinos nacionais, desanimou os torcedores.

Aquecimento da seleção francesa

“Allez les Bleus”, “Allez les Bleus”, “Allez les Bleus”, gritavam os franceses.

“Honduras!”, Honduras!”, “Honduras!”, respondiam os hondurenhos.

Aquecimento da seleção hondurenha

Naturalmente, o time francês era muito mais forte e venceu por 3 a 0 com naturalidade.

Dois gols foram marcados por Karim Benzema e o outro foi anotado como gol contra do goleiro Valladares.

Um dos gols da partida foi validado após o uso da tecnologia da linha do gol. Só assim o árbitro da partida conseguiu confirmar que a bola entrou.

O que a TV não mostra

Imprensa do mundo inteiro no estádio Beira-Rio

Por mais tecnologia que uma emissora de televisão tenha (e cada vez elas têm mais), a telinha nunca será igual a assistir a um jogo de Copa do Mundo no estádio.

Na TV, um diretor escolhe o que, em qual ângulo, quando e por quantas vezes você verá.

Já no estádio, você olha para onde quiser na hora que preferir. Além disso, ouve o som real da torcida, sem cortes nem edições.

Naquela tarde de domingo no estádio Beira-Rio, vi uma celebração que só o esporte consegue promover.

Centenas de pessoas de países diferentes que dificilmente estariam lá por outro motivo. A cidade de Porto Alegre proporcionava a eles, naquele dia, uma visão única do mundo.

Nas arquibancadas, franceses levantaram uma faixa homenageando o jogador sueco, Ibrahimovic, cuja seleção não se classificou para aquela Copa. A faixa dizia: “We miss you”, em português, “Sentimos sua falta”!

Encontrando Leonardo Gaciba

O “show do intervalo” acontecia nos corredores do estádio, com muitas filas para comprar bebidas e lanches.

Nessa muvuca, andavam torcedores comuns e personalidades do futebol, como o ex-árbitro Leonardo Gaciba.

Antes de conseguir voltar para assistir ao segundo tempo, ouvi um misto de expectativa e vibração da torcida.

Não era possível identificar o som, mas parecia algo totalmente diferente do que eu já havia escutado em um estádio.

Um burburinho crescia até que virou um grito de êxtase, seguido do já conhecido “Allez les Bleus”!

Sim, na fila do cachorro-quente eu acompanhei, apenas com os ouvidos, a reação da torcida ao primeiro gol marcado pela tecnologia em uma Copa do Mundo.

Já o primeiro gol eu vi e até filmei.

A qualidade não é das melhores, mas o que vale é a emoção minha e dos franceses de assistir a um jogo de Copa do Mundo no estádio e ver sua seleção ganhando.

A volta para casa

Dever cumprido. Jogo assistido. Capacidade vocal pela metade.

Isso porque não era jogo do Brasil. Era apenas a primeira partida da Copa do Mundo de 2014 no estádio Beira-Rio.

No retorno pelo “Caminho do Gol”, mais música ao vivo, vibração de franceses, resignação dos hondurenhos e clima amistoso entre todos.

Nem contei o tempo da caminhada até o estacionamento onde estava o carro. Não foi necessário.

A viagem de volta a Santa Maria foi tranquila, assim como o meu retorno a Brasília.

Ainda viriam outros jogos de Copa do Mundo, uma experiência que é um desafio para ser descrita em palavras.

As bandeiras da França e de Honduras sob o teto do novo Beira-Rio

A sua ajuda

Eu sou apenas um entre milhares de torcedores que sabem o que é assistir a um jogo de Copa do Mundo no estádio.

Certamente, outros chegarão a este blog e lerão este texto. Lembrarão de suas experiências, talvez parecidas com as minhas, ou totalmente diferentes.

Então faço aqui um convite.

Se você já foi a um jogo de Copa, conte para nós como foi sua experiência. Os melhores textos podem ser publicados aqui no blog, desde que tenham fotos pessoais para ilustrar a partida.

Pode ser qualquer jogo de Copa do Mundo de futebol. Se você esteve no estádio e quer contar a sua história do seu jeito, mande para nós.

Será um prazer ler e publicar suas Histórias de Torcedor!

Se você gostou de ler esta experiência, deixe um comentário aqui abaixo! É uma satisfação ler e responder a todos.