O ciclismo nas Olimpíadas está presente com cinco categorias diferentes. Neste post, que faz parte da série sobre esportes olímpicos, iremos conhecer cada uma delas e entender suas principais diferenças.

Modalidades Ciclismo BMX freestyle e racing

O ciclismo BMX teve origem na Califórnia, por volta da década de 1970. Crianças usavam bicicletas para imitar as manobras realizadas no motocross.

De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o esporte veio de uma origem marginalizada para se tornar esporte olímpico, edição de 2008 realizada em Pequim.

A bicicleta usada nas duas modalidades, é o modelo BMX, que dá nome a categoria. Essa bicicleta é menor e tem aro de 20 polegadas.

Nos Jogos Olímpicos, a categoria BMX vai ganhar mais uma modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a freestyle. Essa categoria será realizada em uma pista, com rampas e elementos de rua, como corrimões. O atleta deve realizar manobras com a bicicleta.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, nove atletas mulheres e nove homens irão disputar por medalha no freestyle nas Olimpíadas de 2021.

Já a modalidade racing, tem um formato de corrida, parecida com o motocross. De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos até oito ciclistas podem disputar esta corrida lado a lado.

A Federação Internacional de BMX surgiu em 1981, e no ano seguinte aconteceu o primeiro Campeonato Mundial, disputado nos Estados Unidos.

A corrida é disputada em uma pista de terra, com voltas e elevações, onde os atletas realizam saltos. A velocidade máxima que os atletas podem chegar é 60 km/h.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, serão 24 ciclistas homens e mulheres que irão disputar as medalhas.

Regras

Apesar de ter várias modalidades, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o ciclismo BMX freestyle só terá disputas femininas e masculinas no estilo “park”. A categoria “park” é realizada em uma pista com rampas e elementos de rua, como corrimões.

Os atletas realizam manobras com a bicicleta, como o backflip, que é um mortal para trás. O tailwhips, quando no ar o atleta gira o quadro da bicicleta em 360 graus. O barspin, configura o giro de 360 graus no guidão da bicicleta.

A manobra conhecida como superman, o atleta tira os dois pés do pedal e no ar impulsiona seu corpo todo para trás, dando a impressão de que ele está voando.

Cada atleta fará uma performance de 60 segundos, e a pontuação atribuída pelos jurados é baseada nas manobras apresentadas. O vencedor é aquele que no final tiver uma pontuação mais alta.

Como tática, os atletas costumam iniciar sua performance com manobras menos arriscadas e aumentando o grau de dificuldade da apresentação gradualmente.

No ciclismo BMX racing, os pilotos devem usar equipamentos de proteção, como capacete, luvas, óculos de proteção e roupa com mangas compridas.

A corrida se inicia com os atletas alinhados, até caírem no portão de início, também chamado de gate.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o percurso da corrida tem 400 metros.

O peculiar do ciclismo bmx racing, é que os pilotos que tiverem menos pontos irão disputar as seguintes etapas. Os 24 atletas são divididos em grupos para disputar as quartas de final em três corridas. Aqueles que somarem menos pontos avançam para a semifinal.

Os pilotos são divididos em dois grupos para disputar a semifinal, que também é dividida em três corridas. Os atletas com menor pontuação segue para disputar a final.

Modalidade Bicicleta de montanha

O ciclismo de montanha, mais conhecido como mountain bike, teve origem nos Estados Unidos na década de 70. Ciclistas que queriam praticar o esporte ao ar livre, adaptaram suas bicicletas para pedalar fora da estrada, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

A versão Cross-Country é praticada em terrenos irregulares e montanhosos, com subidas e descidas de montanhas. Este esporte se tornou modalidade olímpica nos jogos de Atlanta, em 1996.

As bicicletas dessa modalidade possuem pneus mais largos, comparado com as bicicletas para estrada. Além de amortecedores traseiros e dianteiros, e pesa entre oito e nove quilos.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, a prova de mountain bike tem duração entre 90 e 105 minutos.

Por ser uma prova longa e exigir muito esforço dos ciclistas, foi criada uma estação onde os atletas recebem garrafas d’água, energético e pequenos lanches.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a prova será realizada no percurso da montanha de Izu, e terá 4 quilômetros.

De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, várias seções do percurso receberam nomes, como Amagigoe, Joren-no-taki, Hashi, Wasabi, Odorikohodo e Karesansui. Os nomes foram dados conforme as peculiaridades do trecho.

Em algumas partes do caminho, os espectadores poderão avistar o monte Fuji.

Na prova masculina 50 atletas irão competir, na prova feminina serão 30 atletas competindo.

Regras

O primeiro ciclista que completar todas as voltas, ganha medalha de ouro. Já os ciclistas que fizerem um tempo 80% abaixo do vencedor, são eliminados.

Os atletas também devem usar equipamentos de segurança, como capacete, óculos de proteção e roupa de manga comprida.

Brasileiros no esporte

Henrique Avancini, entrou para o terceiro lugar do top 3 de ciclistas de mountain bike do mundo, segundo o ranking da União Ciclística Internacional.

No ano passado, o atleta ganhou pela segunda vez consecutivo do campeonato brasileiro de mountain bike.

Ele se tornou a principal aposta para representar o Brasil na modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Ciclismo de estrada

O ciclismo faz parte dos Jogos Olímpicos desde a primeira edição da era moderna dos jogos, realizado em Atenas, em 1896.

De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o ciclismo de estrada estava presente na edição de 1896, porém ficou um período de 12 anos fora da Olimpíadas, e retornou para Estocolmo, em 1912. Portanto, a competição feminina só foi introduzida em nos jogos de Los Angeles, em 1984.

Até então apenas atletas amadores poderiam competir, e somente em 1996 ciclistas profissionais poderiam competir também.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, pela primeira vez o circuito terá largada e final em locais distintos.

O ciclismo de estrada é dividido em duas provas: estrada e contrarrelógio. Na prova de estrada ciclistas do mesmo país competem em equipe, mas ganha medalhas individualmente, segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

Serão 130 homens e 67 mulheres, competindo na modalidade estrada.

As equipes precisam se juntar para vencer as equipes dos outros países. Os homens podem atingir a velocidade de no máximo 40 km/h na competição.

A corrida vai começar no parque Musashinonomori, em Tóquio, e terminar no circuito Fuji Speedway, localizado na cidade em Shizuoka.

A corrida masculina terá um percurso de 244 quilômetros, com ganho de elevação total de 4,865 metros, e o feminino terá 147 quilômetros, com ganho de elevação de 2,692 metros.

A corrida contrarrelógio terá 40 homens e 25 mulheres competindo individualmente, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

Nessa categoria, a competição masculina e na feminina os atletas largam juntos e o vencedor é aquele que realiza a prova em menos tempo.

As duas provas, femininas e masculinas, serão realizadas no mesmo circuito, de Fuji International Speedway. A única diferença é que a competição masculina terá duas voltas, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

Ciclismo de pista

O ciclismo de pista fez sua estreia nos Jogos Olímpicos na edição de Atenas, em 1896. Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o esporte começou a fazer parte mesmo do programa olímpico em Estocolmo, em 1912.

Já a categoria feminina entrou somente nas Olimpíadas de Seul, em 1988.

As provas são realizadas em uma arena de formato arredondado, que tem 250 metros. Os extremos da pista são inclinados, para que os ciclistas não percam velocidade nas voltas.

Esse esporte exige principalmente rapidez dos atletas para vencerem seus oponentes.

A bicicleta usada não possui freios, pois os atletas atingem velocidades muito altas, o uso do freio poderia causar graves acidentes. A bicicleta também possui apenas uma marcha.

Se o atleta precisa desacelerar, é preciso pedalar para trás, para reduzir a velocidade.

Esta modalidade de ciclismo terá seis divisões nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Os países europeus são historicamente vencedores nessa modalidade. Porém, nos últimos anos a Austrália e Nova Zelândia, começaram a se destacar, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

Sprint individual e por equipe

O sprint individual dois ciclistas disputam a corrida lado a lado. A prova começa com duas voltas, mas somente a terceira é valendo. Quem completar a volta primeiro, passa para a próxima fase.

As quartas de final são disputadas em três baterias, o atleta que chegar na frente em duas delas, se classifica.

O sprint por equipe é disputado por três ciclistas no masculino e dois atletas no feminino.

Cada ciclista deve completar a volta na frente dos demais, e abrir caminho para o outro da mesma equipe. Passa para a próxima fase a equipe que completar a prova primeiro.

Nas etapas eliminatórias e final, os ciclistas largam ao mesmo tempo, mas em lados opostos da pista.

Keirin

O keirin é uma prova de sprint, disputada por seis ciclistas. A prova se inicia com os atletas seguindo uma bicicleta motorizada.

Os seis atletas iniciam a prova lado a lado. Ultrapassar a linha da roda traseira da bicicleta motorizada que dita o ritmo da corrida, é desclassificado.

A bicicleta motorizada inicia a prova a 30km/h na prova masculina, e 25km/h na feminina. A velocidade aumenta até atingir 50km/h para homens e 45km/h para mulheres.

Os ciclistas não podem ultrapassar a bicicleta condutora, até ela deixar a prova, cerca de 600 e 700 metros antes do fim. O primeiro atleta que cruzar a linha é o vencedor.

Perseguição por equipe

A categoria de perseguição por equipe é uma corrida de 4km, disputado por duas equipes com quatro atletas em cada, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

Os atletas partem em pontos opostos da pista e vence a equipe que alcançar a outra primeiro.

Uma equipe é considerada alcançada, quando os adversários se aproximam 1 metro ou menos da outra.

Madison

A prova madison é disputada por duplas. Um ciclista percorre a parte alta do velódromo em baixa velocidade, e o outro na parte baixa corre na maior velocidade possível.

Para que eles troquem de posição, o ciclista que estava em alta velocidade precisa tocar o braço daquele que estava em baixa velocidade.

A cada 10 voltas, a dupla pontua e vence aquela equipe que obtiver maior pontuação no final da prova.

Omnium

A categoria omnium engloba seis provas diferentes: o scratch, perseguição individual, eliminação, contrarrelógio, flying lap e a corrida de pontos.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, quatro provas são realizadas em um dia. Os pontos são totalizados no final, para definir o ranking.

A prova scratch se inicia com atletas juntos, a primeira corrida é disputado quem ultrapassa a linha final primeiro.

A segunda corrida será uma novidade nos Jogos Olímpicos de 2020, vence aquele que realizar a volta em menos tempo.

A terceira é eliminatória, e o último ciclista é eliminado a cada segunda volta. E a quarta e última corrida, os homens percorrem a 30km/h e as mulheres a 20km/h, e eles são pontuados ao longo do caminho.

Na perseguição individual dois atletas largam ao mesmo tempo, em lados opostos da pista, mas no mesmo sentido.

Vence a prova o atleta que fizer o melhor tempo ou alcançar o adversário primeiro.

A prova masculina tem um percurso de 4km, e a feminina 3km.

Depois vem a etapa eliminatória, que o último ciclista da volta é eliminado.

No contrarrelógio, os atletas vão sozinhos para a pista, e o objetivo é finalizar o percurso no menor tempo possível.

A prova masculina tem 1km, a feminina apenas 500 metros.

O flying lap é uma prova com três voltas, mas apenas a última é cronometrada. Vence aquele que fizer o melhor tempo.

E por último, a corrida de pontos um sino é tocado a cada 10 voltas, indicando que aqueles que cruzarem a volta na frente ganharão 5, 3, 2 e 1 ponto. O atleta que conseguir dar uma volta no pelotão, ganha 20 pontos de vantagem.

No final, vence aquele que somar mais pontos.

Conclusão

Você curte assistir às provas de ciclismo nas Olimpíadas? Quais são seus favoritos nas disputas? E qual das modalidades é a sua preferida?

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Redação e pesquisa: Lívia Torres (liviatbb@gmail.com)

Edição: Tiago Medeiros (contato@blogtiagomedeiros.com)

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Meu nome é Tiago Medeiros, sou jornalista, locutor de rádio e, agora, também blogueiro. Nascido em Santa Maria-RS, moro em Brasília-DF desde 2011. Sou apaixonado por futebol, basquete e esportes em geral. Depois de viver intensamente uma edição da Copa do Mundo de futebol e dos Jogos Olímpicos no Brasil, vi que os estrangeiros eram os que mais se divertiam. Então, criei coragem para atravessar o mundo e acompanhar estes eventos fora do país. Durante o planejamento para esta jornada, me dei conta de que outros brasileiros também gostariam de fazer o mesmo e precisavam de informações detalhadas que os ajudassem. Para isso, surgiu o BlogTiagoMedeiros.com. Espero poder ajudar os aficionados por esporte com os nossos posts. Se tiver qualquer dúvida, já sabe. Envie por e-mail, nos comentários dos posts ou pelas redes sociais. Assim que eu vejo, respondo a todos.