Rio de Janeiro - Seleção brasileira disputa contra a Itália a final do vôlei nas Olimpíadas Rio 2016 no Maracanãzinho(Fernando Frazão/Agência Brasil)

Chegou a hora de falarmos sobre o vôlei nas Olimpíadas. As modalidades de quadra e de praia são muito populares no Brasil e costumam trazer medalhas para o país. Este é mais um post da série sobre os esportes olímpicos que estarão na programação dos Jogos de Tóquio em 2021.

O Vôlei de Quadra nas Olimpíadas

O vôlei é o segundo esporte mais popular no Brasil, perdendo apenas para o futebol. De acordo com uma pesquisa realizada pela Revista Superinteressante, em 2018, a modalidade tem cerca de 500 milhões de praticantes no mundo e 15,3 milhões apenas no Brasil.

Em grande parte, a popularidade do esporte no país se deve ao bom desempenho dos atletas em campeonatos nacionais e internacionais como a Superliga, o Grand Prix de Vôlei, a Copa dos Campeões e as Olimpíadas.       

O objetivo do jogo é fazer com que a bola passe sobre a rede e toque o chão da quadra adversária. Cada equipe é formada por seis jogadores. As partidas são disputadas em cinco sets. Vence a equipe que fizer três sets.

Os quatro primeiros sets têm 25 pontos. Caso as duas equipes estejam empatadas em 24 x 24, vence o time que abrir dois pontos de diferença primeiro.

Caso haja empate no número de sets, a partida é decidida no tie-break, que é um set de apenas 15 pontos. A regra do empate é a mesma, caso o jogo esteja empatado em 14 x 14, vence quem ganhar dois pontos seguidos.

As equipes só podem dar três toques na bola a cada jogada, exceto em jogadas que o primeiro toque na bola acontece no bloqueio. Nestes casos, se a bola passar para a quadra do time que estiver efetuado o bloqueio, a equipe tem direito a mais três toques.

A quadra tem 18m x 9m e, ao redor, possui uma zona livre, de no mínimo 3m de largura em todos os lados do retângulo. A rede é posicionada na linha central da quadra. Sua parte superior é ajustada a 2,43m do solo para os jogos masculinos e 2,24 para jogos femininos.

Brasil e ouro no vôlei masculino
Rio de Janeiro – O Brasil venceu, por 3 sets a 0, a Itália e conquistou a terceira medalha de ouro olímpica no vôlei de quadra masculino (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Histórico da Modalidade

O esporte foi criado em 1895, em Massachusetts, nos Estados Unidos, pelo diretor de educação física Willian Morgan. Antes de ser chamada de vôlei, a modalidade era conhecida como mintonette.

À época, o basquete era um dos esportes mais populares, no entanto, o jogo era muito cansativo para pessoas de idade. Por sugestão do pastor Lawrence Rinder, da Associação Cristã dos Moços, Willian idealizou um esporte de menor impacto. Inspirado no tênis, ele posicionou uma rede entre as duas equipes, evitando assim o contato físico característico do basquete.

Em 1900, o esporte chegou ao Canadá e, a partir daí, passou a alcançar proporções mundiais, conquistando adeptos por todo o globo. A difusão da modalidade pelo mundo incentivou a criação da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) em 1947.

O primeiro campeonato mundial foi disputado em Praga, na Tchecoslováquia, em 1949, e a seleção russa foi a grande vencedora.

A estreia do vôlei nas Olimpíadas aconteceu na primeira edição dos Jogos de Tóquio, em 1964, com a presença de dez países: Japão, Romênia, Rússia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria, Holanda, EUA, Coreia do Sul e Brasil.

O primeiro campeão olímpico do voleibol masculino foi a Rússia e do feminino o Japão.

Curiosidades do Vôlei nas Olimpíadas

Jogo mais longo da história

Em 1976, as seleções da Polônia e da União Soviética bateram um recorde na final dos Jogos de Montreal com uma partida que durou 4 horas e 36 minutos. Muitos sets depois, a seleção polonesa abriu vantagem e levou o ouro olímpico.

No Brasil, os telespectadores souberam do resultado dessa partida apenas no dia seguinte. Isso aconteceu porque as redes de televisão que faziam a transmissão do jogo tinham uma disponibilidade restrita do satélite.

Seleções destaque

No vôlei feminino as seleções do Japão e da União Soviética dominaram os pódios de 1964 a 1984. Desde então, os maiores destaques foram Cuba, depois China e Brasil.

No masculino, os EUA se destacaram nos anos 80, seguidos da Itália nos anos 90. Nos anos 2000 foi a vez da seleção brasileira conquistar os holofotes da modalidade.

Brasileiros em destaque atualmente

Para Tóquio o Brasil envia suas equipes masculinas e femininas para os jogos. As duas equipes conquistaram suas vagas em jogos difíceis no Pré-Olímpico de Vôlei.

As mulheres derrotaram a República Dominicana por 3 sets a 2 em um jogo disputado em Uberlândia (MG). A partida teve um início tranquilo para a equipe brasileira, que conquistou dois sets seguidos. A partir daí a equipe dominicana reagiu e empatou a partida. A decisão foi para o tie-break, que terminou 15 a 10 para o Brasil.

Os homens garantiram a vaga em Tóquio com uma virada em cima da Bulgária. Em uma partida disputada na casa dos adversários, os brasileiros deixaram a desejar nos dois primeiros sets, mas logo tomaram as rédeas da partida ao conquistar os três últimos sets por 32 a 30, 25 a 16 e 15 a 11.

Ex-atleta e agora técnico da seleção masculina, Renan Dal Zotto deve levar para Tóquio nomes como Bruninho, Lucão, Lucarelli e Douglas Souza. Para a equipe feminina, o técnico José Roberto Guimarães já convocou Lorene, Paula Borgo, Macris Carneiro e Mara Leão.

Brasileiros que já ganharam medalhas

Com dez medalhas, a seleção brasileira de vôlei sempre se destacou nos Jogos Olímpicos e vem competitiva para os Jogos de Tóquio. Nos 56 anos de história do Brasil nas olímpiadas, as equipes conquistaram cinco medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze.

Com grandes nomes como Renan Dal Zotto, Bernardinho, Giba, e Serginho os homens conquistaram seis medalhas olímpicas desde 1984.

Já as mulheres, representadas por nomes como Sheilla, Fabi, Jaqueline Carvalho, Fofão e Fernanda Venturini levaram para casa outras quatro medalhas em diferentes épocas.

Ariake Arena será a casa do vôlei nas Olimpíadas de Tóquio

Local da disputa

A Ariake Arena será a sede das partidas de vôlei nos Jogos de Tóquio. Localizada em Tóquio e com capacidade para 15.000 pessoas, a Arena Ariake foi construída para os Jogos de 2021.

Além das competições de vôlei, o local também receberá as competições do basquete em cadeira de rodas, nos Jogos Paraolímpicos. Após as Olimpíadas, a arena se tornará um novo centro esportivo e cultural.

Agenda do Vôlei nas Olimpíadas

As partidas de vôlei nas Olimpíadas de Tóquio começam no dia 24 de julho. O cronograma de jogos diário vai até o dia 8 de agosto.

Na primeira fase, são disputados seis jogos masculinos em um dia, e seis partidas da categoria feminina no dia seguinte. As quartas-de-final dos homens acontece no dia 3 de agosto. Já as quartas-de-final das mulheres serão jogadas no dia 4.

As duas semifinais masculinas serão no dia 5 de agosto. No dia 6, as mulheres decidem quem vai para a final.

As decisões de medalhas dos homens serão no dia 7 de agosto. E o último dia de disputas define quem fica com ouro, prata e bronze entre as mulheres.

O Vôlei de Praia nas Olimpíadas

O vôlei de praia é um esporte derivado do vôlei de quadra. Com o intuito de levar a prática para ambientes abertos, os jogadores começaram a praticar a modalidade nas praias da Califórnia.

Cada partida é composta por dois sets de 21 pontos. Se cada dupla vencer um set, é realizado um terceiro, chamado de tie-break, assim como no vôlei, de apenas 15 pontos.

Em caso de empate de 20 x 20 nos dois primeiros sets, ou de 14 x 14 no tie-break, vence a equipe que abrir uma vantagem de dois pontos primeiro.

Assim como no voleibol, as duplas só podem tocar na bola três vezes a cada jogada. No caso do vôlei de praia, cada toque tem de ser feito por um jogador diferente, ou seja, a dupla deve intercalar os toques.

Em geral, as jogadas são divididas em: um jogador defende a bola que chega ao seu lado da quadra, o outro atleta da dupla faz o levantamento e o mesmo que defendeu realiza o ataque.

Rio de Janeiro – As brasileiras Ágatha e Bárbara conquistaram a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Rio 2016 ( Fernando Frazão/Agência Brasil)

Histórico da Modalidade

A modalidade praticada na areia surgiu nos Estados Unidos. Foi por volta de 1920 que moradores de Santa Mônica, na Califórnia, levaram o voleibol para as praias. No início, o vôlei de praia era praticado como uma atividade recreativa para a diversão das famílias.

Logo o esporte foi conquistando praticantes em outros estados dos EUA e em países por todo o mundo. Em 1947 foi realizado o primeiro torneio oficial de vôlei de praia. O primeiro circuito, composto por etapas jogadas em cinco praias da Califórnia, aconteceu três anos depois.

O sucesso das primeiras competições oficiais impulsionou a prática da modalidade e consolidou o vôlei de praia mundialmente na década de 1980. Em 1986 a Federação Internacional de Voleibol reconheceu a modalidade e, a partir daí, a turnê mundial de vôlei de praia foi levado à Ásia e Europa.

O vôlei de praia participou dos Jogos de Barcelona em 1992 como um esporte de demonstração e em 1996, em Atlanta, passou oficialmente a fazer parte do programa olímpico.

A seleção brasileira de vôlei de praia participa dos jogos de vôlei de praia desde a primeira edição da modalidade nas Olimpíadas. Logo na estreia, duas duplas femininas voltaram para casa com uma medalha de ouro e outra de prata.

Até hoje o Brasil se destaca nas competições olímpicas de vôlei de praia. Desde 1996 até 2016, a seleção brasileira de vôlei de praia já conquistou 13 medalhas.

Curiosidades do Vôlei de Praia nas Olimpíadas

Praia de Nudismo

O vôlei de praia chegou na França de forma inusitada. Um empresário francês conheceu a modalidade na Califórnia, se apaixonou pelo esporte, e resolveu levar para a novidade para a praia que frequentava, em Francoville. O inusitado é que o local era uma praia de nudismo.

Vôlei de quadra e vôlei de praia

Apesar do vôlei de praia ser derivado do vôlei de quadra, a preparação dos atletas é bem diferente. Alguns atletas até migram das quadras para os campos de areia, entretanto, a adaptação não é nada fácil.

Até hoje, apenas um atleta conseguiu conquistar uma medalha olímpica no vôlei de quadra e no de praia. Karch Kiraly foi campeão com a Seleção dos EUA nas Olimpíadas de Los Angeles em 1984 e de Seul em 1988 nas quadras e, em 1996, em Atlanta, conquistou o ouro olímpico na areia com a dupla Kent Steffes.

Brasileiros em destaque atualmente

O Brasil já definiu as quatro duplas de vôlei de praia que vão brigar pelo ouro em Tóquio. Entre os homens, os campeões olímpicos Bruno Schimdt e Alison retornam para os jogos, mas dessa vez, com novas duplas. Em 2021, Bruno jogará com Evandro e Alisson com Álvaro Filho.

Tóquio será a estreia de Álvaro nos Jogos Olímpicos, enquanto Alisson vai para sua terceira participação. Alisson inclusive já é medalhista, com uma prata em Londres, em 2012, e um ouro no Rio, em 2016.

Entre as duplas femininas teremos Ana Patrícia e Rebecca e Ágatha e Duda nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Ana, Rebecca e Duda também farão a primeira participação olímpica em Tóquio. Apenas Ágatha, vice-campeã olímpica, irá para a competição com experiência.

Brasileiros que já ganharam medalhas

Desde a primeira participação da seleção brasileira de vôlei de praia nas Olimpíadas, as equipes brasileiras já conquistaram 13 medalhas.

Em 1996, as mulheres dominaram a modalidade e voltaram para o Brasil com duas medalhas. Adriana Samuel e Mônica Rodrigues foram prata em Atlanta, e Jackie Silva e Sandra Pires ouro.

Na edição seguinte, em Sidney, o vôlei de praia não passou em branco no quadro de medalhas brasileiro. Adriana Samuel e Sandra Pires voltaram a subir ao pódio, dessa vez, juntas como nova dupla, conquistando o bronze olímpico. Já as duplas Adriana Behar e Shelda e Zé Marco e Ricardo Santos levaram a prata para casa.

Em 2004, em Atenas, Adriana e Shelda conquistam novamente a prata olímpica, enquanto Ricardo Santos e sua nova dupla, Emanuel Rego, subiram ao lugar mais alto do pódio.

A dupla masculina Ricardo e Emanuel voltou de Pequim com uma medalha de bronze, ao lado de Fábio Luiz e Márcio Araújo com a prata.

Em Londres o Brasil voltou a conquistar duas medalhas. Prata com Alison Cerutti e Emanuel Rego, e bronze com Juliana Felisberta e Larissa França.

Jogando em casa, a seleção brasileira de vôlei de praia não podia deixar de subir ao pódio no Rio de Janeiro. Bárbara Seixas e Ágatha Rippel foram prata nos Jogos de 2016, enquanto Bruno Schimdt e Alison Cerutti conquistaram o ouro olímpico.

O Brasil ganha medalhas no vôlei de praia nas Olimpíadas desde a estreia da modadalidade, nos Jogos de Atlanta, em 1996. Em 2016, no Rio, o pódio veio no masculino e no feminino

Local da disputa

Em Tóquio, as partidas de vôlei de praia serão realizadas no Shiokaze Park. Com uma capacidade para 12.000 espectadores, o Parque Shiokaze oferecerá aos torcedores uma bela vista da Rainbow Bridge e da Baía de Tóquio.

Para os jogos do vôlei de praia, será instalada no local uma estrutura temporária no parque.

Agenda do Vôlei de Praia nas Olimpíadas

O vôlei de praia nas Olimpíadas de Tóquio inicia suas disputas no dia 24 de julho. As partidas seguem diariamente até o dia 7 de agosto.

A fase preliminar reserva 9 ou 10 jogos por dia, alternando as categorias masculina e feminina nas mesmas sessões. Nos dias 1º e 2 de agosto, serão disputadas as oitavas-de-final nas duas categorias.

Os jogos de quartas-de-final das mulheres acontecerão no dia 3 de agosto e, no dia seguinte, serão as quartas para os homens.

Tanto as semifinais dos homens quanto das mulheres acontecem no dia 5 de agosto. As disputas de ouro, bronze e cerimônia de premiação para mulheres estão marcadas para o dia 6 de agosto.

No dia 7 de agosto, as competições se encerram com a decisão de 3º lugar, a grande final e a cerimônia de premiação para os homens.

Conclusão

Você acha que o Brasil vai, mais uma vez, ser bem-sucedido no vôlei nas Olimpíadas? Qual sua aposta de medalha: masculino, feminino, vôlei de quadra, vôlei de praia, ou todas as alternativas? Deixe sua opinião nos comentários abaixo e compartilhe o texto nas suas redes sociais.

Redação e pesquisa: Lara Kinue Tanno (larakinue@gmail.com)

Edição: Tiago Medeiros (contato@blogtiagomedeiros.com)