Os Novos Esportes Olímpicos que Estarão em Tóquio em 2021

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Novos Esportes Olímpicos: Gabriel Medina é esperança de medalha para o Brasil no Surfe

Na sequência da série de posts sobre as modalidades na programação de Tóquio, vamos falar sobre os novos esportes olímpicos. São quatro as modalidades que estreiam ou retornam à programação nos Jogos Olímpicos de Tóquio: o beisebol/softbol, surf, skate e escalada esportiva.

Neste post iremos conhecer sobre estas novas modalidades, algumas ainda não tão difundidas no Brasil.

O Beisebol e o Softbol nas Olimpíadas

Estádio de Beisebol de Yokohama será uma das sedes do softbol e do beisebol nas Olimpíadas

O beisebol fez parte da programação olímpica, como esporte de demonstração, até os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, quando o esporte se tornou oficialmente uma modalidade olímpica.

Após os jogos de Pequim em 2008, o esporte foi revogado da programação olímpica. Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, devido à popularidade do beisebol no Japão, o Comitê Olímpico Internacional (COI) sugeriu ao país o pedido de inclusão temporária do esporte nos Jogos.

A origem do esporte é incerta. Existe a teoria de que o esporte é legítimo americano e foi criado em 1839, pelo oficial combatente Abner Doubleday. Mas existe a teoria de que o esporte foi criado pelos ingleses e levado para os Estados Unidos pelos imigrantes ingleses.

A liga nacional americana do esporte declarou Doubleday como o responsável por criar a base das regras dos esportes.

Apesar de não ser um esporte amplamente conhecido no Brasil, desde 1936 são realizados campeonatos brasileiros de beisebol. Desde 2003, o campeonato é organizado pela Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol.

O softbol é basicamente um beisebol mais leve. O esporte foi criado em 1887, pelo americano George Hancock, com o objetivo de ser praticado em locais cobertos.

Regras do Beisebol e do Softbol

Uma partida é dividida em nove tempos, chamados de “innings”. O jogo é disputado por duas equipes com nove jogadores. A equipe vencedora é aquela que fizer mais pontos durante esse período.

No beisebol um arremessador fica posicionado dentro de uma circunferência com um raio 2,4 metros, e ele joga a bola para o batedor. O objetivo do arremessador é fazer o batedor errar a tacada, e o objetivo do batedor é acertar a bola com o taco de beisebol e correr as quatro bases demarcadas pelo campo.

Atrás do rebatedor fica o receptor, que pega a bola com uma luva específica, caso o rebatedor não consiga acertá-la. No momento que o rebatedor acerta a bola e a coloca no jogo, oito jardineiros localizados pelo campo tentam recuperar a bola ou tentam expulsar o rebatedor, para que ele não faça um ponto, ou um “run”.

O objetivo final do rebatedor é completar o caminho das quatro bases e cruzar a base principal, ou o “home plate” e marcar um “run” que equivale a quatro pontos. Já um “home run” configura quando batedor arremessa bola para fora da área do campo e consegue correr por todas as bases.

As regras do softbol são praticamente as mesmas do beisebol.

A principal diferença é que no softbol o arremesso da bola deve ser feito com braço debaixo para cima. Outra diferença é que a equipe que corre pelas bases é o ataque e não a defesa, como no beisebol.

As dimensões do campo são menores, a bola usada é maior e os tacos são mais finos que os usados para jogar beisebol. O softbol normalmente é mais praticado por equipes femininas.

O Surfe nas Olimpíadas

Ítalo Ferreira será um dos representantes brasileiro no surfe nas Olimpíadas

A decisão de tornar o surfe um esporte olímpico tem como objetivo trazer mais estilo jovem e vitalidade para as Olimpíadas, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

A origem do surfe é incerta, porém existem indícios de que o esporte teve início em ilhas da Polinésia Central. Os nativos precisavam da pesca para sobreviver, portanto, para voltarem à terra firme de forma mais rápida, eles deslizavam sobre as ondas.

Essa prática chegou ao Havaí, mas inicialmente era restrita apenas à realeza local. Para os membros em posição hierárquica mais alta na sociedade, como o rei e seus filhos, era permitido que praticassem o surfe em pé. Eles usavam pranchas de aproximadamente 2 metros de comprimento.

Outras pessoas vinculadas à realeza podiam surfar, mas em pranchas menores e nunca poderiam ficar em pé na prancha.

O surfe foi popularizado pelo havaiano Duke Kahanamoku, que era nadador e ganhou três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, e nas Olimpíadas de Antuérpia, em 1920.

Kahanamoku é considerado o pai do surfe moderno, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos. Enquanto recebia sua medalha em 1912, ele expressou seu sonho de ver o surfe como esporte olímpico.

O surfe pode ser praticado com a prancha maior de 2,7 metros de comprimento e a prancha menor, de 1,8 metros de comprimento. Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, nas Olimpíadas será adotada a modalidade de surfe que usa a prancha menor.

Regras do Surfe

O principal objetivo do esporte é o surfista se manter pelo maior tempo possível na onda e realizando manobras. Quanto maior o grau de dificuldade das manobras, maior será a nota do atleta. Um grupo de cinco jurados irão pontuar as manobras.

De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, os rounds iniciais terão quatro ou cinco surfistas por bateria. Os rounds mais avançados terão apenas dois atletas disputando.

Normalmente, o tempo de duração de uma disputa entre dois surfistas é de 30 minutos, mas pode mudar de acordo com as condições do mar. Quem irá definir o tempo é o diretor técnico. Durante a disputa, cada surfista pode surfar no máximo 25 ondas.

É comum os atletas ficarem no mar aguardando pela onda adequada. O atleta que estiver mais perto do pico da onda, tem prioridade e os outros devem continuar esperando pela próxima.

Os destaques do Brasil no Surfe

As vagas destinadas ao Brasil para competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio já estão preenchidas. Dois campeões mundiais irão disputar medalhas para o Brasil.

Gabriel Medina, duas vezes campeão mundial de surfe, em 2014 e 2018, e Ítalo Ferreira, campeão mundial em 2019, terceiro brasileiro a vencer a competição, competirão na categoria masculina de surfe.

Na categoria feminina de surfe, estarão as surfistas Silvana Lima e a brasileira criada no Havaí, Tatiana Weston-Webb.

Apesar de não ter sido selecionada para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, o surfista Adriano de Souza completa o trio de brasileiros que já foram campeões mundiais.

O Skate nas Olimpíadas de Tóquio

Modalidade Park é uma das que estarão na disputa de skate nas Olimpíadas

Assim como as modalidades citadas anteriormente, existem diversas teorias sobre a origem do skate. Acredita-se que o início foi na década de 40, na costa oeste americana quando os patins ganharam uma prancha para deslizar no asfalto, como as pranchas de surfe deslizavam no mar.

Nos anos 50, as rodinhas começaram a ser feitas de metal e a primeira “prancha de surfe de asfalto” pôde ser comercializada.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o esporte só se popularizou mundialmente entre os jovens na década de 70, quando as rodinhas passaram a ser feitas de um material chamado de uretano.

Mas o skate se consolidou mesmo como cultura das ruas nos anos 80, quando Rodney Mullen aprimorou a prática, criando manobras ou inspirando várias manobras do skate. Na mesma época, Tony Hawk surgiu e foi considerado depois como maior skatista de todos os tempos.

As modalidades selecionadas pelo Comitê Olímpico Internacional para serem disputadas nos Jogos Olímpicos de 2020, foram o skate park e skate street. Ambas as modalidades terão disputas femininas e masculinas.

As diferenças entre Skate Park e Skate Street

O skate park é praticado em um local mais planejado, a pista tem curvas e ondulações. O park é uma mistura do bowl, pista que lembra uma piscina vazia, mas com paredes menores e alguns elementos do street. No skate park, o skatista tem 45 segundos para executar suas manobras.

Já o skate street mantém a tradição de onde o esporte surgiu, das ruas. Corrimões, escadas e rampas são os elementos que os skatistas devem usar para realizar suas manobras.

Apesar de terem suas diferenças, o critério de avaliação dos jurados são os mesmos. O grau de dificuldade, variedade das manobras e a criatividade são alguns dos critérios avaliados pelos jurados.

Os destaques do Brasil no Skate

O Brasil possui grandes nomes na história do esporte, como Sérgio Negrão, que foi um dos primeiros brasileiros a participar de campeonatos no exterior.

Bob Burnquist fez nome no skate por criar manobras novas e foi o primeiro brasileiro a ganhar o campeonato mundial em 1995, na modalidade vertical.

Atualmente novos nomes já estão construindo sua história no skate nacional. Murilo Peres e Isadora Pacheco foram campeões brasileiros da modalidade park na temporada de 2019.

A Escalada Esportiva nas Olimpíadas de Tóquio

Escalada é um dos novos esportes olímpicos nos Jogos de Tóquio em 2021

A escalada esportiva surgiu nos anos 70, criada por um ucraniano que, durante um inverno rigoroso, pendurava pedras em sua parede para realizar seus treinos. O esporte teve seu primeiro campeonato mundial na Itália, em 1985.

O esporte é composto por uma parede, com “blocos” localizados em toda sua extensão, servindo de apoio para os pés e mãos dos atletas realizarem a escalada.

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, foram selecionadas as modalidades speed (velocidade), lead (dificuldade) e bouldering.

De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, na modalidade speed dois atletas irão lado a lado em uma rota igual, em uma parede de 15 metros de altura. Vence aquele que bater primeiro no botão localizado no topo da parede.

No bouldering, os atletas escalam um número de rotas fixas em uma parede de 4,5 metros de altura em um tempo determinado. O objetivo é ultrapassar o maior número de blocos em um menor tempo. Não é usada corda de segurança, mas na base da parede ficam colchões para uma eventual queda do atleta.

Já no lead os atletas deverão escalar o mais alto possível em uma parede 4,5 metros de altura. O objetivo é ser o mais rápido que os adversários.

É obrigatório o uso de alguns equipamentos básicos para praticar o esporte, como sapatilhas para escalada, cordas para garantir a segurança do atleta e capacete.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, os atletas classificados irão competir todas as modalidades. O Comitê Olímpico Internacional disponibilizou 40 vagas para o esporte, 20 para a categoria masculina e 20 para a feminina.

As competições serão divididas em duas etapas, a qualificatória e a final.

Conclusão

Qual dos novos esportes olímpicos você gosta mais? Beisebol, softbol, skate, surfe ou escalada esportiva? O Basquete 3×3 também estreia nos Jogos de Tóquio e já falamos dele neste outro post.

Deixe seu comentário abaixo se acha que o Brasil pode ganhar medalha em alguma destas modalidades. E compartilhe este texto nas suas redes sociais.

Redação e pesquisa: Lívia Torres (liviatbb@gmail.com)

Edição: Tiago Medeiros (contato@blogtiagomedeiros.com)