Arthur Zanetti já conquistou medalha olímpica de ouro em 2012 e de prata em 2016

Seguindo nossa cobertura dos esportes olímpicos que estarão presentes em Tóquio em 2021, vamos falar sobre a ginástica nas Olimpíadas. Neste post, você vai conhecer mais sobre as três modalidades: artística, rítmica e de trampolim.

Ginástica artística nas Olimpíadas

A ginástica artística teve seu início na Pré-História e se tornou uma modalidade esportiva em 1881. Inicialmente o esporte era praticado apenas por homens, e está no programa olímpico desde os jogos de Atenas de 1896. Apenas em 1928, nos Jogos Olímpicos de Amsterdam, as mulheres puderam praticar ginástica artística.

O esporte exige força, coordenação, habilidade e velocidade dos atletas. Atualmente a ginástica artística tem divisões distintas para homens e mulheres e as competições são em equipe ou individual, segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos.

São seis categorias destinadas à competição masculina e quatro categorias para as mulheres disputarem. Neste post iremos apresentar cada uma delas e entender as diferenças que elas apresentam. Vamos começar falando sobre as categorias exclusivas para os homens.

Uma curiosidade da ginástica artística é que a execução de algum movimento inédito é batizada com o sobrenome do atleta.

Barra paralela é uma categoria exclusiva para homens na ginástica artística

Cavalo com alças

A modalidade cavalo com alças é composta por um aparelho fixo com as medidas de 1,6m x 35cm, de formato próximo ao retangular. Ele possui duas alças na parte superior, que os atletas se apoiam para realizar a apresentação. As performances são baseadas em giros em volta do “cavalo”, movimentos pendulares.

A regra fundamental é que o atleta não pode tocar o aparelho com os pés e nem tocar com o corpo nas laterais do aparelho, enquanto executados os movimentos.

O atleta também precisa fazer movimentos obrigatórios, como passagens dorsais e faciais, círculos com e sem as pernas abertas e com e sem giros. Também são necessários impulsos de pernas e tesoura.

No cavalo com alças, fazer pausas entre os movimentos é considerado falha pelos juízes, causando desconto de pontuação.

Argolas

A competição de argolas é composta por uma estrutura com dois cabos e cada um com uma argola na base, onde os atletas se apoiam. A base do aparelho tem 1,20 metros de altura e ficam a 5,80 metros do chão.

As regras básicas exigem que os atletas façam movimentos de impulso e balanço. Além disso, devem ser feitos movimentos de força e pausa de dois segundos, impulso e apoio invertidos e controle de força de também dois segundos.

Barra fixa e paralelas

A terceira categoria do masculino que vamos falar é sobre a barra fixa e a paralela. A barra fixa é composta por um único aparelho, suspenso a 2,8 metros do solo. Os atletas se apresentam em cima da barra que mede 2,4 metros e tem 2,8 centímetros de diâmetro.

Os atletas não podem tocar o aparelho com os pés e movimentos próximos e afastados da barra devem ser executados. Mudanças de direção, saltos e manter os braços esticados é o mais recomendado para uma performance mais bem pontuada pelo júri.

Somente movimentos de maior grau de dificuldade, incluindo a saída do atleta do aparelho, recebem pontos.

Já a barra paralela possui duas barras iguais com 3,5 metros de comprimento, suspensa a dois metros chão e com distância que pode variar entre 42 a 52 centímetros de distância entre elas.

É obrigatório que o atleta, durante a série, execute movimento em apenas uma das barras. A série normalmente é composta por saltos mortais, elementos de impulso, balanços e de força e movimentos estáticos, com fluidez entre eles.

Qualquer pausa para ajustar a posição das mãos no aparelho prejudica a nota final.  A saída do aparelho deve ser feita com um salto mortal.

Salto sobre a mesa

O salto sobre a mesa faz parte da categoria masculina e feminina. Consta na execução de salto realizando com o apoio em uma mesa levemente inclinada de 1,2 metros de comprimento e 95 centímetros de largura.

Nas provas masculinas, a mesa fica a 1,35 metros de altura do chão, já na feminina a mesa fica 10 centímetros a menos de altura do chão.

O atleta deve correr para tomar impulso e saltar em um trampolim até a mesa. O impulso no aparelho deve ser feito com as duas mãos, para a execução do salto com rotações simples ou múltiplas, realizado no eixo corporal do atleta.

A aterrissagem final deve ser com os dois pés juntos e o mais próximo possível da área demarcada do colchão de parada.

Solo

A ginástica artística categoria solo também é disputada pela equipe masculina e feminina. A modalidade é composta por um tablado de medidas de 12 metros de comprimento e largura.

A performance é composta por movimentos acrobáticos e elementos de dança, no caso das mulheres. A categoria masculina pode ter duração de, no máximo, 70 segundos. Para as mulheres, o tempo chega a 90 segundos, e é obrigatório trilha musical.

Durante a execução da série, os atletas não podem ultrapassar a linha da área demarcada. Os elementos de maior grau de dificuldade são pontuados pelos juízes.

Na ginástica artística, erros e falhas na execução dos movimentos, saltos e acrobacias diminuem a nota final dos competidores. A série é composta pela entrada, desenvoltura no aparelho e saída.

O júri, composto por oito pessoas, avalia a dificuldade da série apresentada e a técnica para executar os movimentos.

Barras assimétricas

Categoria exclusiva para as mulheres, é composta por duas barras paralelas com alturas diferentes, a mais alta fica a 2,5 metros do chão e mais baixa, a 1,7 metros. A altura pode variar um pouco de acordo com a altura da atleta. A distância entre as duas barras pode variar entre 1,3 a 1,8 metros.

A performance nesse aparelho envolve salto, giros e é obrigatório que seja feita a troca de barra pelo menos uma vez. Os oito elementos de maior dificuldade, incluindo a saída, são pontuados.

Trave de equilíbrio

A trave de equilíbrio, também exclusiva para as mulheres, exige equilíbrio e habilidade performática da atleta. A performance pode durar até 90 segundos e é realizada em cima de uma trave de madeira acolchoada com couro, de dimensões de 5 metros por 10 centímetros, posicionada a 1,25 metros do solo.

A atleta deve apresentar elementos acrobáticos e ginásticos, como saltos. O elemento obrigatório dessa categoria é uma ligação acrobática entre dois movimentos.

Desempenho do Brasil

O Brasil soma quatro medalhas olímpicas na ginástica artística. Nos Jogos Olímpicos de 2012, realizados em Londres, o ginasta Arthur Zanetti ganhou o único ouro do Brasil de ginástica olímpica da competição.

Em 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, Zanetti levou a prata mais uma vez pela sua performance nas argolas.

Ainda nos Jogos de 2016, Diego Hypólito conquistou a medalha de prata em sua performance de solo, e Arthur Nory levou o bronze.

As cinco vagas destinadas ao Brasil para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio já foram preenchidas. Segundo informações do Comitê Olímpico do Brasil, quatro ficaram com a equipe masculina e uma para a ginasta Flávia Saraiva, que vai disputar individualmente.

Ginástica Rítmica nas Olimpíadas

Atleta competindo na ginástica rítmica nas Olimpíadas do Rio em 2016

A ginástica rítmica reúne acrobacias e movimentos de dança para a execução das performances. A modalidade foi incluída nos Jogos Olímpicos apenas na edição de 1984, em Los Angeles, apesar de ter início no antigo Egito.

O esporte exige força, flexibilidade, agilidade e capacidade de expressão facial e corporal sintonizados com a música selecionada e com os aparelhos utilizados para a apresentação.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, as apresentações individuais podem ter duração de, no máximo, 75 a 90 segundos, e apenas um instrumento pode ser usado. As competições em equipe, mais de um aparato é usado e a duração varia entre 2 minutos e 15 segundos para 2 minutos e 30 segundos.

A música escolhida determina o estilo e o ritmo de cada performance. Músicas com vocais são permitidas apenas uma vez para cada equipe, e duas vezes para performances individuais.

Aparelhos

Durante as performances da ginástica rítmica, é obrigatório o uso de aparelhos, como a corda que as atletas movimentam com as mãos ou jogam no ar, enquanto fazem giros e saltos.

O arco lembra um bambolê e as atletas devem fazer movimentos giratórios, sendo exigido passagem de mão constantemente com o aparelho.

A bola é o único elemento que não pode permanecer o tempo inteiro em contato com o corpo da atleta. A bola deve ser jogada e recuperada, enquanto o apoio corporal deve ser feito com um pé no solo ou dois.

As maças lembram aparatos usados por equilibristas em suas performances. As atletas jogam as maças ao mesmo tempo, ou uma cada vez e as recuperam enquanto executam rotações e círculos.

E, por último, temos a fita, composta por um estilete para a atleta segurar e uma longa fita de cetim ou de material semelhante.

Movimentos

A ginástica rítmica também envolve movimentos específicos, como o equilíbrio quando a atleta mantém apenas um pé no chão e a outra permanece esticada junto ao corpo.

Movimentos ondulatórios, feitos por toda extensão do corpo da atleta, são chamados de onda. O pivô consiste na rotação em 360º com o apoio do pé ou outras partes do corpo. E o movimento chamado véu é quando rotações com a corda são feitas em torno do corpo da atleta.

Ginástica de Trampolim nas Olimpíadas

A modalidade de trampolim é a mais recente entre as competições de ginástica nas Olimpíadas

A ginástica de trampolim é a mais recente das modalidades e foi adotada como esporte olímpico apenas em 2000, nas Olimpíadas de Sydney.

Ela foi criada em 1934 pelo ginasta americano George Nissen, inspirado em acrobatas de circo que usavam uma espécie de tela flexível para realizarem suas performances. Inicialmente, o aparato foi usado para treinar astronautas, e com o tempo foi aceito como lazer e esporte.

Nas Olimpíadas de Tóquio, as competições serão apenas individuais tanto para a categoria masculina quanto para a feminina, de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2020.

A ginástica de trampolim possui quatro modalidades que podem ser praticadas. Na individual, o atleta salta e faz movimentos acrobáticos em cima do trampolim, que simula a função de uma cama elástica. Esta é a única adotada pelos Jogos Olímpicos.

Os atletas fazem duas séries, uma obrigatória e uma voluntária. Na obrigatória, oito elementos mais difíceis são avaliados pelo júri. Já na performance voluntária, os dez movimentos são avaliados pela técnica e execução. Os oito atletas mais bem pontuados seguem para disputar a final.

A ginástica de trampolim envolve diversos tipos de movimentos, como salto mortal triplo para trás, duplo mortal com três piruetas, mortal de lado, mortal para frente com pirueta, meia pirueta com vários mortais e outros, que são avaliados pelos árbitros pelo seu grau de dificuldade.

As competições de ginástica nas Olimpíadas de Tóquio

O Centro de Ginástica Ariake sediará todas as competições de ginástica nas Olimpíadas de Tóquio

A ginástica artística vai ter sua estreia masculina nas Olimpíadas de Tóquio no dia 24 de julho, no Centro de Ginástica de Ariake. No dia 25, será a estreia das mulheres, no mesmo centro olímpico.

As finais por equipe e as decisões individuais gerais serão realizadas nos dias 26, 27, 28 e 29 de julho.

No dia 1º de agosto, será realizada a final masculina de solo, a final feminina de salto, final masculina de cavalo com alças e a final feminina de barras assimétricas. No mesmo dia, todas essas categorias serão premiadas.

No dia 2 de agosto vai acontecer a final masculina de argolas e de salto, e a final feminina de solo. Além da premiação de todas essas categorias.

No dia último dia, 3 de agosto, será a final de barras paralelas masculino, barra fixa, e a final feminina de trave olímpica e a premiação.

Já a ginástica rítmica vai ter sua estreia individual dia 6 de agosto e a premiação no dia 7. Neste mesmo dia, a categoria em equipe fará sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Dia 8 será a final e a premiação das equipes.

A ginástica de trampolim feminina vai acontecer dia 30 de julho, com premiação no mesmo dia. E a competição masculina será no dia 31 de julho. Todos irão ocorrer no Centro de Ginástica de Ariake.

 

Redação e pesquisa: Lívia Torres (liviatbb@gmail.com)

Edição: Tiago Medeiros (contato@blogtiagomedeiros.com)